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O tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2022 é “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Quase 3,4 milhões de candidatos estão inscritos para edição deste ano.
A informação foi divulgada pelo ministro da Educação, Victor Godoy, às 13h49, por meio de uma publicação no Twitter. Os participantes também respondem hoje 90 perguntas das provas de Humanas e Linguagens. O exame vai até 19h (horário de Brasília).
Está é a primeira vez desde 2017 que o Enem usa a palavra “desafios” no tema. Naquele ano, o texto tratou de “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.
Em anos anteriores, a redação também abordou temas de abrangência nacional, como o estigma associado às doenças mentais, a democratização do acesso ao cinema e o controle de dados na internet.
No próximo domingo (20), os candidatos respondem perguntas de matemáticas e ciências da natureza.
Como os candidatos podem abordar o tema?
Para a professora Fabiula Neubern, coordenadora de redação do curso Poliedro, os estudantes têm mais de uma opção de abordagem ao tema.
“É importante que o aluno pense sobre causas da dificuldade dessa valorização dos povos tradicionais e comunidades, tão importantes para a cultura do país. E é possível também que ele pense em consequências da desvalorização ou da dificuldade de valorizar essas comunidades e povos”, explica.
Neubern ressalta que a proteção às manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras estão garantidas no art. 215 da Constituição.
Este é um tema que já há alguns anos era cotado [para a redação]. Portanto, uma vantagem pode ter sido o aluno ter escrito a respeito desses povos em anos anteriores, ou até em 2022. Uma desvantagem seria não conhecer as legislações ou não conhecer quais são os principais conflitos relacionados a esse grupo populacional
Fabiula Neubern, coordenadora de redação do Poliedro Curso
Para Juliana Adolpho, professora de redação das escolas SEB, a vantagem é dos alunos com conhecimentos multidisciplinares, especialmente em áreas como história, literatura e geografia.
“A partir da frase tema, fica nítida a importância de o aluno abordar as dificuldades pelas quais passam povos tradicionais, como povos indígenas, quilombolas e afins”, observa
“O tema leva o candidato a abordar a valorização de uma comunidade que normalmente não é lembrada, ou é lembrada ocasionalmente, como os indígenas, os ciganos, os extrativistas, os pescadores, os quilombolas”, enumera Maria Aparecida Custódio, professora do laboratório de redação do curso Objetivo.
Segundo a professora, é aconselhável que os candidatos lembrem do papel destes povos na proteção da terra e dos recursos naturais, além das contribuições destas populações em várias áreas do conhecimento.
Estes povos têm contribuído para descobertas científicas de plantas e tantos outros extratos, que eles já costumam usar, e que a ciência tem aproveitado. Então o candidato deve certamente ter contado com textos motivadores que esclarecem muito do papel destas comunidades
Maria Aparecida Custódio, professora do laboratório de redação do curso Objetivo
Regras da redação
Os participantes precisam produzir um texto do tipo dissertativo-argumentativo com uma proposta de intervenção a um problema apresentado.
Cartilha do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) mostra que os avaliadores da redação usam cinco competências para corrigir o texto. Cada uma vale de zero a 200 pontos.
O candidato pode ter sua redação zerada caso fuja do tema proposta, escreva até sete linhas (ou até dez, no caso do sistema braille), não siga o tipo de dissertativo-argumentativo, entre outros pontos.
Queda de inscritos e crise no Inep. Essa edição fica marcada também como a última realizada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Nos últimos anos, a prova e o instituto responsável passaram por turbulências.
Em 2022, o exame registrou o menor número em 17 anos. Durante esse governo, houve também registro de denúncias sobre supostas interferências nas perguntas da prova.
No primeiro ano de governo, a equipe de Bolsonaro criou uma comissão para decidir quais questões entrariam ou não na edição do Enem. No ano seguinte, foi revelado que o grupo sugeriu a troca de “ditadura” para “regime militar”.
O tema não é abordado no Enem desde 2019.
Os últimos temas de redação do Enem
- Enem 2021: “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”
- Enem 2020: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”
- Enem 2019: “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”
- Enem 2018: “Manipulação do comportamento de usuário pelo controle de dados na internet”.
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